Eu que te ensinei a ter amor próprio, desejaria, agora, que você se humilhasse por mim, por nós dois. Desejaria que você fizesse promessas sem cabimento, impensadas, incumpríveis.
Eu que enxuguei tuas lágrimas, queria que você chorrasse, não de dor, mas de saudade.
Queria não ter te beijado na despedida, para não ter criado nenhum tipo de esperança. Queria não ter feito planos juntos, queria sentir a decepção toda sozinha.
Queria sentir toda dor, forte e de uma vez, para ver se assim ela some mais depressa. Queria chorar rios, para não ter mais lágrimas quando te reencontrar.
Queria, verbo conjugado no tempo certo, o meu fututo do pretérito...aquilo que poderia ter acontecido, mas não aconteceu.
Porque pretérito não é lugar de ação, apenas de memórias. O que tinha de ser feito já foi. E só.
Cabe agora conjugar o verbo amar, no singular, em primeira pessoa.
Ou simplesmente parar por um instante de conjugar verbos, de transformar histórias tristes em contos de saudade. Parar de rabiscar a vida e resolver passá-la a limpo.
"Hoje sei o que é viver na ausência de Sol"