domingo, 21 de agosto de 2011

Pensamento

Ao soltar meus lábios ele me olhava com aqueles olhos devoradores, olhos que despiam, olhos que só queriam estar fechados...
Pensei na eternidade em apenas um segundo, num segundo beijo...
E depois que essa sensação passa, percebo que as borboletas no estômago eram apenas fome.
Percebo que para se ter um fim, basta apenas ter um começo. Que a presença nos faz ter medo de ficar sós. E ter medo de ficar só significa ter medo de conviver consigo mesmo.
Que o amor derruba e constrói preconceitos e que é preciso se privar de todas as vaidades para se viver um grande amor...
Verdades machucam e só 'mentiras sinceras me interessam'...
Quero saber com quantos passos se faz uma longa caminhada?
Qual o preço do silêncio, a quantia da amargura, o valor da decisão?
Queria, apenas, ter olhos devoradores,
olhos que despem,
olhos que só querem estar fechados...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um tempo

"Fazia muito tempo que eu não parava para olhar o céu, vejo que ele não mudou, mas minha pimenteira, como cresceu!"

O que me falta hoje é tempo. Tempo que disputo entre responsabilidades e pessoas queridas. Como achar prioridades entre as coisas da vida e as do coração?
E as palavras? Elas não aceitam serem deixadas como segundo plano e não chegam perto de quem não lhes dará o esmero necessário.
E nesse tempo que estive longe? Plantei algumas flores pelo mundo. Cantei com os amigos, cuidei da minha pimenteira e aprendi a fazer arroz soltinho.
Precisei estar longe daqui porque existem amores que precisam mais de abraços que palavras (a recíproca é verdadeira).
Estar longe sim, porque a distância ajuda a nos apaixonarmos mais uma vez.
Precisamos descobrir sabores que ainda não conhecemos.
Precisamos mudar o jeito de olhar.
É que as vezes é preciso se perder, pra poder se encontrar.¹


¹ Meu melhor clichê.