terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sem direção

Andava pelas ruas molhadas. Ela sabia o caminho de cor, mas parecia que estava perdida. Lábios pintados de rosa. Encontra uma vizinha, faz um bico enorme, solta um beijo. Riso forçado, piada preparada, ela estava blefando.
Chegou a casa, trancou-se no quarto e chorou. Talvez sejam as baixas taxas de hormônio decorrentes do período pré-menstrual...


- Não, narrador, basta dizer que é tristeza.

Jamais subestime uma lágrima. O homem é o único ser vivo capaz de chorar por emoção. Tolice para quem olha, um mar no peito pra quem chora.
Enxuga a lágrima, retoca o batom. Sua vontade é de tirar a calça jeans apertada, tirar todas amarras dessa vida, toda censura e andar mais uma vez por estradas que conhece de cor, mas fingindo que não tem direção.


Brígida Lobato

3 comentários:

  1. Belo texto, Tamylle!
    Aquele velho papo de que necessitamos do simples pra viver, mas contade de maneira mais que bela.

    Beijos!

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  2. Texto ritmado e suave..dar pra ver as imagens,sentir essas vontades

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  3. Jamais subestime uma lágrima, sábio conselho.
    E o ser humano chora de alegria e de tristeza...
    Ás vezes, só fingir que não se tem direção é uma boa alternativa, mas, ás vezes, bom mesmo é perder a direção um pouquinho, só pra depois poder voltar...
    beijos!
    =]

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E então???