quarta-feira, 2 de março de 2011

Narrador

- Que monstro eu criei? Indagou a moça


Eram tantos minhas, meus, eu... E a vida dele passava a ser o primeiro lugar, até mesmo da vida dela. Mas como cobrar cuidados de alguém sem lhe dar esperanças? E a moça mostra seu romance num monólogo. E o moço conta sua história, onde o amor é apenas figurante. E o narrador observa tudo, tentando ser neutro. Às vezes toma partido pela moça, as vezes pelo moço, as vezes tem pena de si mesmo.

Por ser narrador onisciente, o único capaz de ler esses corações tão confusos...

Ela: Fez com que ele criasse auto-estima.

Ele: Queria amá-la com todas as forças, mas assim como ela o ensinara, parecia que ela amava-se mais do que qualquer coisa.

Ela: Sente-se culpada, porque se apaixonou.

Ele: Quer o futuro e ela, juntos numa cajadada só.

Eu, narrador, contando uma história sem vilões. Mostrando essa eterna montanha russa afetiva. Onde a presença física faz contentar o que fugiu pela janela. O sentimento de posse, de quem não possui. O que a sociedade vê, e o que as quatro paredes escondem. O rosto angelical de atitudes vil, e o diabo que chora, sente e ama...

4 comentários:

  1. Olá Tamyle, desejo que tudo esteja bem contigo!
    Muito bom texto, não tão somente imáginário. De acordo com o que vemos todos os dias, sempre acontecendo. É de fazer pensar o seu texto. Agradável estar por aqui, gostei também da postagem anterior, parabéns! Desejo a você e todos ao redor iluminada felicidade, obrigado pelas visitas e comentários, abraços e até mais!

    ResponderExcluir
  2. Querida amiga

    Esta montanha russa afetiva
    é o que nos torna humanos.
    O tempo traz a resposta de muitas
    dessas questões que o texto levanta.
    Mas acredito que uma vida
    é pouco tempo
    para que tenhamos todas as respostas.

    Que haja sempre em ti,
    sonhos por sonhar.

    ResponderExcluir
  3. E então? GOSTEI DEMAIS!
    Muito bom, muito legal, de verdade!
    E se eu nao consigo fazer um comentário meio profundo é porque o texto me deixou com várias ideias borbulhando aqui...
    Beijos!
    =]

    ResponderExcluir
  4. E nem são as pessoas na maioria das vezes, são as circunstâncias, as perspectivas, as possibilidades, as visões e os olhares...

    ResponderExcluir

E então???