domingo, 21 de agosto de 2011

Pensamento

Ao soltar meus lábios ele me olhava com aqueles olhos devoradores, olhos que despiam, olhos que só queriam estar fechados...
Pensei na eternidade em apenas um segundo, num segundo beijo...
E depois que essa sensação passa, percebo que as borboletas no estômago eram apenas fome.
Percebo que para se ter um fim, basta apenas ter um começo. Que a presença nos faz ter medo de ficar sós. E ter medo de ficar só significa ter medo de conviver consigo mesmo.
Que o amor derruba e constrói preconceitos e que é preciso se privar de todas as vaidades para se viver um grande amor...
Verdades machucam e só 'mentiras sinceras me interessam'...
Quero saber com quantos passos se faz uma longa caminhada?
Qual o preço do silêncio, a quantia da amargura, o valor da decisão?
Queria, apenas, ter olhos devoradores,
olhos que despem,
olhos que só querem estar fechados...

3 comentários:

  1. O título é 'pensamento' e o texto fala de olhos.
    Eu só consigo lembrar do Alberto Caeiro me dizendo todo dia que "Pensar é estar doente dos olhos" e me lembrando da importância do sentir.
    O grande trunfo de ser humano ( e do ser humano) não é a possibilidade do pensamento, mas a inevitabilidade do sentimento.

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  2. Dizem que a vida é assim. Tenho relutado, mas estou quase cedendo.
    Belíssimo!

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  3. "Percebo que para se ter um fim, basta apenas ter um começo. "
    É mesmo assim a vida, a gente se engana, a gente acerta e se confunde com coisas iguais e parecidas e disfarçadas da mesma coisa.
    Quer dizer, a gente nunca sabe de nada.
    Eu li uma vez que a vida é como uma peça de teatro sem ensaio, a gente vai fazendo, vai improvisando...
    Beijos e abraços saudosos!
    =]

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E então???