Mais uma vez saí de casa atrasada e perdi o ônibus. Estou aqui sentada na parada me vendo obrigada a pensar na vida.
Acho que a gente perde dom quando deixa de achar novidade nos pequenos desencontros da vida. Quando uma fuga da rotina passa a não ter importância, ou até mesmo as coisas importantes não são dignas de serem contadas.
A gente perde o dom quando pensamos sempre o mesmo pensamento, ou quando só reproduzimos o pensamento de outrem. Acho que perdemos o dom quando deixamos de ser criança, no pior sentido da palavra.
Acho que não perdemos o dom, mas sim o tom; quando saímos do nosso ritmo natural, tentando alcançar notas maiores do que nossa garganta consegue suportar.
Sem saber exatamente o quê, alguma coisa desanda, desafina, desalinha. E as vezes precisamos parar, reaprender a respirar e começar uma nova canção...
Dedicada àquela pessoa que percebeu minha desafinação,
espero que você também encontre seu tom.
Uma desafinação ou outra é bom pra fortalecer a vontade de ser mais.
ResponderExcluirMuito bom!!!
Um abraço poeta!!!
"...Que no peito dos desafinados
ResponderExcluirNo fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração..."
Eu tinha que lembrar dessa música.
Quando o tom é alto pra voz nem é preciso mudar de música. Muda o tom da música que se quer cantar, faz a tua versão, canta do teu jeito, dentro dos teus limites (vocais ou não).
Dom nunca se perde e o tom se muda de acordo com o desejo de quem (te) (en)canta e de quem (te) toca.
Querida amiga
ResponderExcluirO tempo
as vezes
nos rouba a canção,
que desejaríamos ainda
cantar...
Que os sonhos te habitem
o coração, sempre...