segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Colorir
E a caderneta de planos? Jogada ao relento... Porque descobri que quem traça meus planos já não é mais eu. E minha vida é escrita pelas mãos de uma criança sem traços firmes, que precisa da mão de um professor para conduzi-la.
É engraçado como a maioria das metáforas sobre vida são feitas com um caderno. Talvez daí venha a função nobre da escrita: podermos passar pro papel a vida, com seus sentimentos, sonhos, nuances. Acho que sofrem aqueles que não conseguem passar pro papel o que sentem. Porque ser amante da escrita é encontrar um amigo em qualquer folha de papel.
E hoje, já não estava pra dar boas respostas a quem me desejasse feliz natal. Mas tudo isso pra quê? Não adianta banhar o natal alheio com as minhas frustrações. Que cada um consuma seu dissabor, pois a causa primária somos nós, em tudo.
Pra quê deixar a parede pintada de cinza se o colorir está em minhas mãos?.... em minhas mãos.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Contabilidade
É uma fome inesgotável por aquilo que a barriga já saciou. Ganância. Sendo que os melhores momentos da vida não têm nada a ver com dinheiro.
São tantos nomes na minha agenda de contatos e eu não consigo dar conta nem das minhas duas Marias. A gente gasta tanto tempo com coisas desnecessárias que mal sobra tempo para o que realmente importa. O relógio nos aprisiona em regras inglesas, mas na hora de fechar o contrato, sempre há espaço para um jeitinho brasileiro. E mesmo negociando com dezenas de pessoas, todos os dias, sinto falta de uma meia dúzia de pessoas conversando comigo, pessoas que realmente estejam interessadas em saber o que se passa comigo.
O preço que pagamos é muito caro: perco o almoço com a mamãe, o feriado com meus amigos... tudo isso a troco de quê?
Sentar embaixo de uma árvore, ouvir histórias dos anos 70, tomar banho de chuva, isso tudo não custa nada. E a falta que isso tudo causa no meu dia, custa meu peito inteiro.
Hoje meus sorrisos são em prestações. Mesmo assim, sou grata por essa contabilidade diária e pelo pequeno número de pessoas que eu posso sempre CONTAR.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
De janeiro a janeiro
Janeiro é para muitos o mês das férias. Depois que ingressei em uma universidade bastante apta a greves, isso não se tornou regra. Além de acordar mais tarde e poder ir à praia em dia de semana, janeiro não representava nada demais para mim. Mas as coisas não são mais do que o significado que damos a elas. Quando temos certa paz de espírito o tempo costuma correr um pouco mais depressa, e olha só, já se passaram “dois janeiros”. Que mais parecem ser vizinhos, mas entre eles há vinte e quatro meses, cada um com uma média de trinta dias e minha matemática acaba por aqui. Porque as coisas do coração não são exatas...
Antes tinha tão pouco a dizer, e hoje sei tão pouco expressar, mesmo já tendo um livro de histórias completo na cabeça, cheio de detalhes, de feitiços, mas que não posso revelar. Aprendi que podemos conhecer alguém novo, na mesma pessoa e quantas vezes for necessário. Percebi que é fácil desejar teu beijo a cada minuto, chorar de saudade, arder de desejo e que difícil é conviver com os defeitos, respeitar o limite e o tempo, descobrir um tipo de sorriso ainda não visto... e essas coisas é que separam uma paixão de um verdadeiro relacionamento.
De um janeiro a outro descobri que te amo, mesmo não sentindo sua falta todo dia, mesmo respirando devagar. Porque sei que te encontro todos os dias dentro de mim, que meu desejo não se consome de vez, mas se multiplica, porque sei que respirar devagar oxigena o coração, não o faz bater mais rápido, faz bater melhor. Por te encontrar em cada parte do meu dia, não preciso me desesperar em tê-lo por completo. Quero ter sempre a certeza de que mesmo com tanta coisa já vista e vivida, exista sempre um novo a se revelar. Algo inteiro, formado por dois complexos.
Hoje, Janeiro é para mim o mês das férias, o mês dos namorados, o mês do primeiro beijo, o mês da minha maior decepção, o mês que eu descobri um novo significado para a palavra felicidade. Dois anos amor, como você me aguenta?
“Que o nosso amor não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar.”
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Café
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Mesmo sem um motivo aparente¹
Mesmo sem um motivo aparente.
Percebi que alguns cabelos brancos a mais aparentam dar credibilidade às pessoas. Por isso, espero que acreditem mais em mim, porque meus cabelos brancos não param de surgir. Eu ainda insisto em arrancá-los, mesmo com a pavorosa lenda de que nascem mais três no lugar.
É muita audácia da minha parte completar essas linhas, gastar o tempo dos meus leitores sem ter algo previamente planejado para escrever.
Ainda sou ingênua o bastante ao ponto de querer passar para o papel o cheiro da terra molhada, o som dos chuviscos no telhado.
Voltei a escrever , porque senti saudades de rabiscar o sol, sentir que de alguma forma fiz parte do dia de alguém. Pois é assim que me sinto quando leio os escritos dos meus colegas: fazendo parte de um mundo. Mesmo sem um motivo aparente.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Tom
domingo, 21 de agosto de 2011
Pensamento
Qual o preço do silêncio, a quantia da amargura, o valor da decisão?